Estética da Morte

Desde os tempos mais remotos, que o ser humano construiu à volta do fenómeno da morte, uma enorme trama de conjecturas que a convertem em tabu. É a partir delas que o seu poder se revela e nenhum é tão avassalador e omnipresente. No entanto a morte nunca deixou de ser um fenómeno biológico, como o nascimento, a puberdade ou o envelhecimento. Mesmo assim criaram-se vários modos de  considerá-la e lidar com ela, revelando-nos que os nossos arreigados costumes não nos vêm dados pela natureza, que podíamos mudá-los se quiséssemos. A morte proporcionou a  criação de linguagens próprias, gerando cada uma delas, valores e comportamentos que estruturam muitas das suas representações mas sobretudo na forma como vemos a vida. Se a secularização da sociedade relegou a morte para um plano secundário, a estetização do mundo contemporâneo, ligada à expansão das indústrias audiovisuais, mediáticas e à iconização - exaustiva do mundo, fizeram dela um espéctaculo constante onde é apresentada em todas as variantes: individuais, violentas, ou colectivas. Nela a guerra, a saúde pública e a ética continuam a ser marcantes tal como no passado. Nestas jornadas, pretende-se, de forma multidisciplinar, reflectir no risco filão que em termos de significados continua a ter na sociedade actual, o fenómeno da morte e a sua estética.

 

UBI, Pólo I, Anfiteatro da Parada

 


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