Ciclo { Autores }

Coordenação: Edmundo Cordeiro

O autor, na medida em que o que vemos no ecrã é o resultado de uma encenação (realização). Vê-se bem que um Hawks não é um Hitchcock, que um Antonioni não é um Rossellini, que um Fassbinder não é um Wenders, que um Lynch não é um Tarantino. Quando se diz um, esse um é o cinema, o resultado no ecrã. É certo que, exceptuando alguns casos do cinema experimental, o cinema não se faz sozinho.
É pelo autor que o cinema ganha existência, mas não por ser tal ou tal sujeito de uma biografia. Neste sentido, o autor é plural. Que não se tenha dito isso no início, que a «política dos autores» (Cahiers du cinéma, Nouvelle Vague) tenha por vezes levado mais o autor a dizer do que a olhar e a mostrar, isso não é diferente do que se passou, do que se passa noutras artes. Há o autor e há a «função autor» (Foucault) — que são, numa sociedade, para o melhor e para o pior, indiscerníveis.